terça-feira, 17 de março de 2009

Ser idoso no mundo - subjetividade





A experiência é a marca de pessoas com mais idade. Basicamente, o fato de terem sido mais provados e terem tomado mais decisões os tornam de alguma forma mais qualificados que os demais. A cultura oriental prega um respeito a figura do idoso devido a estas questões, por terem mais bagagem merecem maior respeito. Lógico e simples visto que até então têm uma maior contribuição e maior legado pro mundo.

Idosos percebem o mundo diferente: primeiramente, por vivenciarem um TEMPO completamente diferente dos de menos idade, já que passaram por correrias, noites mal dormidas, rigidez de horários e agora já não (necessariamente) encaram o tempo da mesma forma. O que era antes delimitante de sobrevivência (“time is money”), agora passa a ser um aliado à existência, que os mantêm aqui, os faz vivo e faz ter a oportunidade de continuar a experimentar situações. Assim, sentem ansiedade, algumas insônias, chegam mais cedo aos eventos, se preparam, numa espécie de revisão do tempo psicológico, que agora parece mais lento, apesar da ideia de que uma contagem regressiva para o fim da experiência existencial se faz. Não conseguem ser tão úteis mais e ter tantos eventos como antes, o que as vezes deixa o tempo vagoroso.

Em segundo, o espaço vivido por eles é específico: se apegam aos detalhes, procuram manter ambientes organizados, romantizam situações (inclusive descrevendo-as minuciosamente) enxergam no espaço a mudança, a tecnologia outrora desconhecida, a evolução por todas as partes ou até mesmo a involução da humanidade. O espaço é misterioso e cada dia uma nova descoberta, demandando observações cautelosas, pois ele rapidamente se muda, assim como diariamente os jornais são trocados nas bancas.

Já diziam os físicos clássicos que a velocidade é a divisão do espaço pelo tempo. Ora! Se o tempo psicológico do idoso é mais lento e o espaço e sua apreciação são também maiores e mais lentas, temos como resultado a velocidade mais lenta dos com mais idade!

Por que de todo esse raciocínio lógico? É para levantar a tese de que o mundo não respeita a velocidade dos idosos, e isso não se deve ao fato de que eles andam mais devagar que os outros, e sim porque têm percepções diferentes do mundo! Num tempo que se fala tanto em acessibilidade, devia se pensar numa adaptação do mundo às velocidades dos com mais idade. Vejo a cidade, seu espaço urbano e sua frieza como o grande obstáculo a continuidade espaço temporal deles. Imagine você que se não bastasse motos e carros correndo e toda a correria urbana, eles estão sendo obrigados a acompanhar a altíssima velocidade de informações, obrigados a digerir tanta desgraça superposta. Alguém vê algum problema nisso? O quê? É melhor ter idosos antenados na menina estuprada pelo padrasto aos 9 anos, a infinita guerra palestina né? Inclusão digital!!!!! Pfff..

Não! É melhor dar atenção à eles, é melhor conversar, é melhor desfrutar dos espaços e tempos diferentes com eles, é melhor curtí-los, é melhor esquecer um pouco o trabalho e visitá-los.

O idoso tem sido vitima de uma compressão espaço-temporal por ele não vista antes e a cidade é o epicentro desse golpe. Não que todos devam morar no campo, seria utópico. Mas, reformular o espaço urbano e as relações sociais que nele se fazem é uma necessidade gritante ao meu ver, evoluir culturalmente! Como você vê o mundo? O percebe? O interpreta? E o próximo, você nem imagina. Só sabe que é diferente. Cada um tem seu mundo e a idade (tempo) muda bruscamente estas perspectivas..

Encerro com a colocação típica: respeitem e compreendam os mais velhos. Altruísmo..

Abração e obrigado pelos comentários!

Nathan

domingo, 15 de março de 2009

Começando: notas acerca da filosofia bloguística

Caros amigos e leitores,

me rendi a ideia dos blogs. Confesso que apesar de todas minhas lutas contra essas tecnologias acabo me rendendo sempre, não pelo modismo ou pela conveniência mas sim pela curiosidade.
E é ai que se encontra a filosofia no meu ver a questão filosófica dos blogs: não é com com questionamentos do tipo o por quê dos blogs no mundo ou os blogs a partir da visão aristotélica ou platônica, e sim com a imensa curiosidade de experimentar ter um novo espaço, ter um lugar para ancorar suas malucas ideias e ainda ter a chance de algum outro maluco se identificar com elas!
Isso tudo gera uma imensa curiosidade e inquietação, que somados as inúmeras teses e apreciações diárias me levaram a criar este espaço.
Vejo no entanto a enorme responsabilidade de expor suas idéias, paltada no receio vigente de páginas tipo "wiki" ou mesmo no exagero na falta de um filtro nas informações virtuais.

Mas, pra um mundo que tanto clama por liberdade e igualdade, quem sabe temos aqui uma nova proposta? quem sabe a internet e seus blogs são componentes que moldam a complexidade do mundo contemporâneo?
Ta certo eu me entrego. Passo a partir de hoje a tentar entender esse mundo virtual (por mais contraditório que seja essa expressão) sendo o mais novo filósofo blogueiro. Tentartei achar respostas para alguns questionamentos que sempre me rondam e colocarei aqui, sendo que o instrumento internet sempre permeiará as discussões;

Saudações!

Nathan

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