domingo, 1 de maio de 2011

Viva Milton Santos!


O “ homem antigo” (grego e romano cidadão da Pólis) era o sujeito do espaço público. O público é o locus e o tempo do discurso e da troca, sendo carregado de sentidos morais, e daí a idéia da palavra política (o que pertence à pólis), é a atividade que expressa o público, chamando atenção para referência espacial na questão. Talvez esteja aí a grande sacada para a compreensão da percepção territorial do homem moderno, ou melhor, da ruptura que significa a relação homem-natureza-território na contemporaneidade: a globalização e todo seu sentido de “o mundo é um todo conhecido” e “o mundo é conhecido e de todos” faz com que o homem não se referencie ao local como antes, se estranhe ao local e até mesmo do nacional e que isso tenha uma relação direta com a externalização do espaço público. Bem como coloca Hanna Arendt no público somos atores e que representam, sempre. O ciclo é vicioso: ao estranhar o local, o vivemos menos (aqui, tanto fisicamente quanto perceptivamente); ao viver menos o local cada vez nos reconhecemos menos nele, o estranhamos mais.

O resultado dessa história, já que a troca entre os sujeitos é cada vez menor, é a externalização da própria política: democracia indireta, a capital do país longe da economia e das maiores massas populacionais, a mitificação do líder político e por aí vai. Justamente o contrário da proposta antiga (com todas as críticas cabíveis aos paradigmas sociais) da política como um simples ato do encontro das diferenças. Não é à toa que as Pólis são chamadas de cidade-estado (leia-se território) e hoje o discurso é de políticas globais (vide FMI, BIRD, ONU etc..). Como diz Porto-Gonçalves é a Globalização da Natureza!
É a territorialidade em jogo. Vou concordar com Haesbaert a desterritorialização do homem é um mito, mais que território-local ganhou novas expressões é indiscutível. As verticalidades vencem as horizontalidades. Mas como um bom texto acaba com um tom projeto ou do devir (por mais utópico que possa parecer) a idéia é que as horizontalidades suprimam as verticalidades, ou mesmo que a questionem. É o do encontro que se faz a (r)evolução e esse encontro se dá no espaço público.. É o encontro das diferentes sensações do vivido. Vamos fazer política POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO!

Esse post é dedicado a minha amiga Mariana. Fruto de nossas diferentes sensações do vivido (e do lido..). Fica à vontade pra roubar ele pra sua monografia!

Estou de volta ao blog! Abraço Geográfico!

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